A Cessação, a Tristeza e a Queda
Olhe em volta, todo recurso presente ficará, e nós partiremos...
A Cessação se faz viva para que a morte tome o que é dela.
Tudo é engolido pelo tempo, queimando devagar como chama de vela.
Aos poucos nos desfazemos na fumaça, e no oblívio evaporaremos...
Presos no ciclo eterno de mudança, no paradoxo da inconstância,
Esperando algo que já pode ter passado, ou que agora está partindo.
Sem um horizonte, como aprenderemos a voar se já estamos caindo?
A glória da Queda nos faz enxergar a nossa vil e decadente ganância.
Diante a decadência recostados na tristeza caminhamos sem estimas.
Tão fria, tão silenciosa, rasteja por minha pele e me congela,
Tristeza tão profunda, ecoando em lamentos de minhas lágrimas.
A Cessação arranca toda a Tristeza do meu coração, bem devagar,
Dolorosamente, e a coloca em minha frente para eu contemplá-la,
E ela lá parada, me encara com seus olhos negros postos a sangrar!