CIO DA BESTA

"A rua dos destinos desgraçados faz medo. O Vício estruge. Ouvem-se os brados da danação carnal... lúbrica, à lua, na sodomia das mais negras bodas. (Augusto dos Anjos)

Cio da Besta

Por trás de um jazigo gris setentrião

A besta ébria espreita sem que se farte

Em ritual lascivo exibe sua arte

Mórbida herança lúbrica putrião

Sôfrega a bastarda flerta com um pagão

Excita-se como fosse a própria Astarte

E a vítima seu devasso baluarte

- Júbilo carnal - legado vibrião

Perversão serve-lhe de religião

Cúmplice para seus fitos marginais

Mana para seus deleites bacanais

Machos se inflamam no afã da ocasião

Gozam sem pudor numa dança obscena

Fetiche vil de Criatura pequena

(Edna Frigato)

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Por trás de sombrios jazigos anciãos,

A besta espreita suas vítimas; aparte

Em ritual sadomasoquista, exibe sua arte,

Herança repugnante dos seres sinistros pagãos!

Sôfrega, a bastarda flerta com seu ego alter.

Excita-se com a agitação de larvas no seu corpo ontológico;

Exercita em gozo fúnebre, seu fetiche patológico,

- Incestualidade ordinária! - legado torpe mister...

A devassidão serve-lhe de religião - Culto vil demoníaco! -

De cúmplice hediondo, para suas finalidades marginais;

Nutrindo sua vulgaridade, em prol de deleites bacanais...

... E os machos abstêmios, inflamam-se com o odor afrodisíaco,

Explodindo em gozo impudico, numa coreografia obscena.

Promiscuidade hipermista de criaturas mórbidas pequenas!

(Edna Frigato)