Esta Cidade Deveria ter o teu Nome
Em meio a sirenes, transbordantes cinzeiros e melancolia profunda...
Digo, esta cidade deveria ter o teu nome.
O vermelho pôr-do-sol é apenas o reflexo do sangue que a ela inunda,
E em cada beco o aborto de uma nova síndrome.
Em meio a diagnósticos, copos vazios, e um suicídio corriqueiro...
Digo, esta cidade deveria ter o teu nome.
Representando a repulsividade de teu reino inteiro,
E nas vielas a amarga misantropia em epítome.
Limparei meus olhos de toda sujeira que um dia se fez presente,
E talvez encontrarei poesia no coração de um assassino,
Onde verte abundantemente, sem trégua, calamidade veemente...
Bebendo dessa fonte é onde agonizo e por fim me acabo,
E profiro isto postumamente em um tom frio ao oposto do divino:
"Esta cidade deveria ter o teu nome, sim: - Diabo!"