Pueril
Queria ser assim, para sempre criança,
Sem a responsabilidade irresponsável,
E não guerrear por nenhuma herança,
Que qualquer amizade fosse inabalável,
Talvez no cabelo uma Maria Chiquinha,
E um anel de plástico tirado do pirulito,
Sem muita loucura com a tal chapinha,
Sapato de salto da mamãe, tão bonito.
Queria a inocência com capa de finura,
Em um conto de fadas verídico, de fato,
Que respeito e perdão não fosse boato.
Brincos de flor, leveza das pipas e altura,
Estrela do céu da amarelinha, quiçá a lua,
Verdades em rodas, com a essência nua.
Uberlândia MG
*soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/