Pueril

Queria ser assim, para sempre criança,

Sem a responsabilidade irresponsável,

E não guerrear por nenhuma herança,

Que qualquer amizade fosse inabalável,

Talvez no cabelo uma Maria Chiquinha,

E um anel de plástico tirado do pirulito,

Sem muita loucura com a tal chapinha,

Sapato de salto da mamãe, tão bonito.

Queria a inocência com capa de finura,

Em um conto de fadas verídico, de fato,

Que respeito e perdão não fosse boato.

Brincos de flor, leveza das pipas e altura,

Estrela do céu da amarelinha, quiçá a lua,

Verdades em rodas, com a essência nua.

Uberlândia MG

*soneto infiel – sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 11/10/2015
Código do texto: T5411575
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