TEMPO DE CRIANÇA (1, 2 e 3)
TEMPO DE CRIANÇA (1)
Serena e calma noite. E a chuva caindo fina.
No rádio ouço uma canção que me faz lembrar:
‘Menina que um dia conheci criança’. Menina...
Lágrimas caem. E em prantos começo a chorar.
Tantas lembranças que você nem imagina
Passam em flash. Meu pensamento ficou no ar.
Como um cometa a vagar sem saber a sua sina.
E por fim cai. Finca em minh’alma a torturar.
O que passa em minha mente são passados
Passados que não voltam mais. Só a esperança
De reviver um amor que já foi almejado
Pelo passar do tempo e, tempo não se alcança.
E onde queres que estejas que tenhas lembrado
Dos nossos beijos. Bons momentos de criança...
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TEMPO DE CRIANÇA (2)
Gira pião, gira pião dentro da sela.
Canta. Canta a canção. Põem-se a rodar.
Uma ciranda apaixonada anela.
Nos escondes da vida a recordar.
Bonecas e doutores. Cinderela
Com seu príncipe encantado a beijar.
São fantasias e ilusões. Tão singela.
São sonhos que não devem acabar.
Voam os anos e vejam que sobraram
Recordações da infância que ficaram
Guardadas num álbum envelhecido.
E nós, de jovem passamos p’rá velho.
Onde nossas rugas refletem no espelho.
Do tempo que passou e fomos vencidos...
COMENTÁRIOS sobre este soneto:
Armando Licurgo:
Gostei (achei diferente "sias" de fantasias em uma sílaba) mas não mude, não acho que seja defeito... Admiro e pratico a poesia métrica...
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Porque será que preferimos as horas da madrugada ?
Mas creio que não seremos vencidos nunca, pois ninguem
há de contar-nos que perdemos ...
enquanto isso vivamos o jogo !!! e alegria !!!
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Maria Aparecida:
Oi José Luiz,
Suas palavras: "gira pião, gira pião" (que bela recordação) e, continua tão sensível. Permita-me discordar da velhice, ligando-a a vencido (sei que em alguns momentos é assim que a gente sente sobre os velhos mas é triste).
Beijos. CIDA LORO
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Andrea:
Olá José Luiz!!
Gostei muito do soneto!! Interessante falar do passado e presente..e das modificações e crescimento! Vou aparecer, sim!!!
Bjs,
Andrea.
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TEMPO DE CRIANÇA (3)
Tento lembrar de um passado esquecido em vão
Pois ainda lembro do momento tão divino
São marcas que ficam e não se apagam não
E vão remoendo devagar como o destino.
Talvez parasse o tempo na recordação
E vivêssemos os bons tempos de menino
Onde brincava de mocinho e rodar pião.
De tarde um lanche com café ou com ‘cappucino’.
Bons momentos estes dos amigos de escola
Da praça, do coreto e dos jogos de bola.
Dos inocentes flertes feitos nas esquinas.
São passagens vividas que hoje esquecidas.
Muitos amigos foram – seguiram sua sina
E sobraram as reminiscências perdidas...