TRIÂNGULO AMOROSO
Âmbar, a noite abraça o tempo mudo
de saudade na solidão sem fim!
E o dia, nácar qual um serafim,
contempla pasmo, boquiaberto a tudo!
E se cala temente, frágil, surdo,
té rebentar-se na fímbria, a fim
de contar tudo: tintim por tintim,
o que houve ontem na alcova... Mas contudo,
curvou-se ao cetro desse senhor,
e preferiu abster-se do amor,
que sentira por essa dama, a noite.
E o tempo com poder que lhe convém:
- Quando o dia vai, a noite vem...
E assim, baixou-lhes o cruel açoite!