Eu vi uma cobra
Ela era bonita e tinha brilho,
Ligeira, mas tão peçonhenta,
Tirava todo mundo do trilho,
E tinha expressão agourenta.
Seus olhos eram tão intensos,
Mas tão cínica era a sua boca,
A língua fazia cortes imensos,
Sua mente era pequena e oca.
Destilar veneno, dom favorito,
Sentia-se rainha, forma dóxica,
Feria com sua presença tóxica,
Varria com o rabo meu escrito,
Numa vigia sem licença sequer,
Bani-a com silencio; era mulher.
Uberlândia MG
*Soneto infiel - sem métrica
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