AMOR OU LIBERDADE

O amor que voa em pássaros do absurdo

e toca os fios frágeis do improvável

acaba encarcerado, cego e surdo,

perante a porta aberta e inalcançável.

Contudo a detenção irresolúvel,

embora para muitos seja um fardo,

é gozo puro, imenso, mel solúvel

nas veias do recluso felizardo.

Quem ama nos condões da intensidade

não vê nenhum valor na liberdade

de se existir sem outro coração.

Mas caso tal prisão alucinante

se rompa, saberá o incauto amante

que o preço de ser livre é a solidão.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 09/10/2015
Reeditado em 10/10/2015
Código do texto: T5409274
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.