Soneto de escrivaninha
De cada som me apodero,
E recrio uma sinfonia.
Das palavras tomo a que quero,
Sem muito jeito ou maestria.
Da métrica fujo de reto,
Como quem foge da agonia.
Corro livre e incerto,
Nos versos da poesia.
Voando, vou-me até acerto,
O resto de uma cantoria.
E sem pausa canto, incorreto,
Longe da esquecida harmonia.
Tentando trazer bem pra perto,
Aquele ar de nostalgia.