NO DESAFIO DAS ÁGUAS

Casquinho quase alagando, uma insana proeza    
Ribeirinho, um acrobata neste mar de água doce
Nos desafios da vida age como se mestre fosse
Conhece cada rebojo, remanso ou correnteza

Faz deste caudoloso rio alegria para sua tristeza
Sapiente, corta o banzeiro que o barco trouxe 
Mas em seu coração roga a Deus que o ouce
Vai vencendo o estirão e apreciando a natureza

Nas sacolas o rancho para um mês de mantimento
Aprontou seu tapiri na esperança de algum vintém
Para este fábrico muitos sonhos no pensamento 

Vai para o centro da mata sozinho e mais ninguém 
Um exímio extrativista sabe ler as vozes do vento
Põe no Criador toda sua fé e confirma no amém!