Um morcego

Ao meu querido morcego,

Se em terra hei de adorar a podre morte,

Vês o acérrimo molho dos caninos,

Ó dentes sanguinários, sujos, finos!...

Que és negro, pervertido, feio e forte.

Que o ventre visceral sempre conforte,

Deseja o teu olhar dos maus destinos

Nos escarros sangrentos e divinos!

Que esse corpo escuríssimo do corte.

Como o olhar demoníaco e perverso!

Um parto produzido, imundo e inverso...

Ergo-o, em carne sangrenta do buraco.

Que uma putrefação mais vermiforme!

Em sangue da mandíbula atra e informe,

Mas inda és um morcego obscuro e fraco.

Lucas Munhoz - (06/10/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 06/10/2015
Código do texto: T5406601
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.