Soneto a Deus
Enquanto nego-me, renasço,
Num mundo que não me tem.
Já não sou eu que me faço,
Enquanto busco a nova Jerusalém.
Nesse mar de estardalhaço,
Sigo contra as ondas que vem.
Temendo, com medo e cansaço,
Ainda prossigo cantando, amém!
O peito com marca que me aproxima,
Do amor maior que não descrimina,
É morada do Deus sem rima.
O Deus que dos seus olhos sou menina,
Dá perdão ao antes perdido.
Transformando o coração dantes entristecido.