Miserável Ser
"Ser miserável dentre os miseráveis/ — Carrego em minhas células sombrias/Antagonismos irreconciliáveis
E as mais opostas idiosincrasias! (Augusto dos Anjos)
Miserável Ser
Entre os soluços absconsos da noite
Vagueia triste alma solitária inerme
Sombra terrífica, vivenda de verme
Esconsa entre interjeições de ódio e açoite
O corpo horrível se arrasta sem afoite
À luz do antogônico luar enferme
Expondo as chagas abertas sobre a derme
E a ontogênese disléxica em coite
Estulta não admite a sua sina
A inaptidão plasmática ancestral
Sua suja herança caótica astral
Com cavernames crepitações mofina
Até o mármoreo jazigo tojo tétrico
Refletindo nele o corpo cadavérico
(Edna Frigato)
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Entre os soluços epiléticos da noite,
Vagueia uma alma solitária... pálida epiderme.
Uma sombra sinistra, vivenda de vermes.
Fugitiva anônima, entre interjeições de açoite!
O corpo leproso arrasta-se, miseravelmente,
Em laivos simultâneos de agonia e dor,
Expondo as chagas abertas, escarlate flor;
E a ontogênese disléxica, minuciosamente.
Alma estúpida! ... Não se resigna a sua sina!
... Sua insuficiência plasmática ancestral;
Hereditariedade hedionda, visão caótica do mal.
Em etéreas, crepitações esqueléticas mufina,
Aproxima-se de seu jazigo sinistro, imundo, tétrico;
Refletindo sobre o mármore, meu corpo fétido cadavérico.
(Edna Frigato)