A TUA BOCA

 
Tu tens a boca, onde eu tinha o ensejo
De matar minha sede de paixão;
Qual fonte inesgotável, era então,
De volúpia, carinho e de desejo.

Hoje, distante dessa fonte, eu vejo,
Quão fugaz é o amor. E o coração
Despedaçado e triste, almeja em vão
Voltar à fonte; ao fogo do teu beijo.

De tua boca entreaberta, ouvia outrora,
Gemidos, ais... Os roucos sons do amor;
Tornando o breu da noite, em clara aurora.


Mas cruel realidade eu vivo agora:
Boca que me beijava com ardor...
E dessa mesma boca ouvi: Vai embora!

H. Siqueira, 2010.
HSiqueira
Enviado por HSiqueira em 06/10/2015
Reeditado em 04/11/2015
Código do texto: T5406075
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