ABISMO...

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Tu és a densidade da amargura

Que, líquida, borbulha em minha taça;

Tu és a mais cruel das criaturas;

Tu és em minha vida uma desgraça!

Nas noites que se arrastam sem ter fim

Tu és o pesadelo, então, mais vivo;

Tu és uma agonia dentro em mim...

Por ti é que da vida eu já me esquivo!

Teus olhos, quando os vi por derradeiro,

Levavam a minh’alma e o mundo inteiro,

Causando em meu peito um forte sismo...

Tu és a minha morte e nunca mais

Terei em meu poder a minha paz;

Por ti hei de vagar num infindo abismo!...

Arão Filho

Chácara Chapéu de Palha

São José de Ribamar-MA, 05 de Outubro de 2015