Saudade da fazenda
Lá adiante vinha papai, na curva da estrada,
O rebanho organizado fazendo tanta poeira,
O cavalo vinha trotando a passo com parada,
E a gente corria no frio para abrir a porteira.
O cheiro de estrumes se misturava à aurora,
No piquete um amontoado de vacas e vitelos,
Assovios e dizia os nomes das rés toda hora,
Papai as tratava bem, tinha com o gado: elos.
Era bem cedinho, da cama a gente já pulava,
E vinha um cheiro de café e bolo da cozinha,
Não precisa perguntar, feitos por nossa rainha.
O bezerro na perna da vaca o papai amarrava,
Balde por entre as pernas esperando leite cair,
Café tomado era à hora de para a escola partir.
Uberlândia MG
*soneto infiel – sem métrica
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