Cai no laço ardiloso da Paixão.
Um dia na minha inocência de menino,
Eu disse: quero me apaixonar por alguém.
Na adolescência me apaixonei sem tino.
E doeu sentir os controversos do porém.
Então prometi jamais me apaixonar,
Mas eu não conhecia o sentido do sentir,
Que comanda sem se deixar comandar.
E que do apaixonar-se não se pode evadir.
Hoje maduro pensei ser dono do meu destino,
Me deixei solto, desancorada nau no vaivém.
E novamente a paixão me pegou no estuarino.
Num chegar ardiloso eu não a vi se aproximar.
E quando dei por mim, não pude me acudir,
E como menino pequenino deixei-me arrebatar.
(Molivars).