Dentro do vazio
Dentro do vazio é o silêncio que me cabe
E que se propague o nada quanto ao tempo
Pois ainda tenho muitas noites, manhãs e tardes
E que acabe, mas que recomece ao menos
Que seja efêmero, mas urgente como o beijo
Que tenha jeito, solução e que dê certo
Caminhando reto, mas que perca-se no leito
E no apertar do peito que permaneça perto
E que se alavanque no raiar da aurora
E faça da demora expectativa boa
Que machuque e doa no badalar das horas
Mas que vá embora como o vento que voa
Como na garoa intimista quase morna
E que em outrora gentilmente morra