Silêncio
É esse sossego que me arrasta para dentro de mim,
É essa quietude que fala tudo e muito mais na cara,
É esse momento de dúvidas, receios, sonhos enfim,
É esse encontro dos meus eus que o barulho separa.
Viagem que carrega tudo de mim para mim mesmo,
É fração do tempo que faz alma e o imo Tête-à-tête,
Colisão das verdades, enganos de um mundo a esmo,
É guerra calada que atira nos alvos, em cerne cadete.
Silêncio é esse desmascarar de palavras, ato e atitude,
Esse mergulho que me tira o fôlego, respirar me obriga,
É essa conjuntura subterrânea que dá paz e faz intriga.
Silêncio tudo sabe, é meu volume baixo em plenitude,
É meu barulho de porta trancada, sem posse da chave,
São os meus eus presos em mim e livres qual uma ave.
Uberlândia MG
*Soneto infiel – sem métrica
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