O poema entremundos
Oh majestade que reside num tempo sem fim,
De um canto vejo-te ilhada por uma frota,
De outro, vejo-te munida do que nos dará fim,
De outro, vejo-te com a ganância toda...
Se num momento emites um rugido,
Eu vejo que serás escárnio;
Se num momento mostra-te majestosamente, medo
Me privaria de escrever sobre ti algo sério...
Por isso, vejo-te num infinito nível da cadeia alimentar,
De onde predas e devoras com insaciedade
Os povos dos países em que tu mandas...
Então, vês sem amor nem compaixão a amedrontar
Aqueles que fogem do leão e, com insanidade,
Deseja como todo mundo morar pelas tuas bandas...