Carniça da Lua

Que a podridão do cão já me escurece,

Uma carniça feia e esqueletal,

Que se designa a carne mais mortal...

Com maldição gritante, esquece a prece.

Ó Lua cheia, escura, luminosa...

Com o passar dos dentes que apetece,

Esse fedor das vísceras que tece,

Pele escurida, inerme e venenosa.

Quando o negror da noite iluminar,

Nuvens, palor, mistério e obscuridade

Que inda escurecem o terror lunar.

Um corpo sujo, imundo e transformado,

Que há de feder em sangue da maldade...

Um cão perverso, escuro e desamado.

Lucas Munhoz - (03/10/2015)

(Soneto apresentado no novo esquema da rima ABBA CAAC DED FEF)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 03/10/2015
Reeditado em 29/11/2015
Código do texto: T5403477
Classificação de conteúdo: seguro