Carniça da Lua
Que a podridão do cão já me escurece,
Uma carniça feia e esqueletal,
Que se designa a carne mais mortal...
Com maldição gritante, esquece a prece.
Ó Lua cheia, escura, luminosa...
Com o passar dos dentes que apetece,
Esse fedor das vísceras que tece,
Pele escurida, inerme e venenosa.
Quando o negror da noite iluminar,
Nuvens, palor, mistério e obscuridade
Que inda escurecem o terror lunar.
Um corpo sujo, imundo e transformado,
Que há de feder em sangue da maldade...
Um cão perverso, escuro e desamado.
Lucas Munhoz - (03/10/2015)
(Soneto apresentado no novo esquema da rima ABBA CAAC DED FEF)