Hidropoema

Hidro Pôncio lavou as mãos no pote,

Pois havia mais poço; ponderando,

Se outros vão existir, mas até quando,

Ou se hidro será por fim um dote.

Qual o mar se abrirá para Moisés,

Se o pote pede a pura sede vil,

Padece a ponte acima do mar mil

E tantos metros, tantos, tantos pés?

Humanos hidropônicos duráveis,

Duram no gelo e fora dele o coxo

Muda a cor do mar rubro para roxo,

Rasga a fonte a buscar os renováveis.

E do quartel a chuva fina espera,

Hidro fim desta tão sonhada era.