Censurados

Censurei meus versos sim, porque tinha o teu nome,

Porque toda tua tez neles estava impresso em cores,

Nas entrelinhas todo o desejo por ti que me consome,

A minha intimidade qual ramalhete, perfume e flores.

Censurei meus versos por causa do olor do teu cabelo,

Ali estava transcrito o teu hálito que por hora foi meu,

Nossas pernas enroladas feito linha d’ouro em novelo,

Censurei, neles estavam todas as marcas do beijo teu.

Nos versos censurados tinha o teu gosto e o teu rosto,

Tinha o teu olhar que por vezes me devorava, eu acho,

Lá havia a nossa conversa séria, e também o esculacho.

Censurei meus versos sim, cada letra no devido posto,

Coisa nossa; ninguém precisa saber; corpos e sensação,

O meu eu em colisão ao teu, em calma, delírios e tesão.

Uberlândia MG

*soneto infiel – sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 02/10/2015
Código do texto: T5401900
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