A gosto
O gosto do desgosto amargo,
Em cada rosto sem afago.
Diz em olhar pesado,
As agressões do mundo acamado.
O gosto da insípida paz,
É morno para se cuspir.
Prefiro a guerra que satisfaz,
À amoral que me tenta vestir.
O gosto dissoluto do amor,
Perdido no individual sentir.
É a centelha do rancor,
Da magoa que insiste emergir.
Só o amor, a verdade liberta,
Mesmo em dor, só ela concerta.