Soneto Natural
Só quem não amou odeia,
Inatural como este sentimento.
Só quem não ama o semeia,
Nas forças dos quatro ventos.
Senti-lo é envenenar-se
Esperando que o outro morra.
Do rancor e magoa ele nasce,
Na espera que o outro ati corra.
Amemos como a última vez,
Sabendo do instante que somos.
Sem guardar o mal que fez
Teu irmão contigo.
Vamos sabendo o que fomos,
De mãos dadas como amigos.