Quando o amor se desfaz

Uma masmorra e um labirinto separam-me do real,

Qual armadilha, dia após dia, bebo do cálice,

Mas, se algum dia descesse uma borboleta contra o meu mal,

Eu voaria com as fadas encantadas sem que me tocasse...

Numa caverna, guardada por monstros fico a esperar

Uma donzela, guerreira tão bela, a surgir

Para o meu peito, que já magoado, livrar

Dessa solidão, prisão de um vida, da qual hei de fugir...

Oh miséria de uma vida sem a amante real,

Mas riqueza de outra com amores imemoriais,

Quero derramar meu pranto de amor ideal...

Pois o amor eterno vira amores imortais

Por uma metáfora, mil virginais é menos mal

Que uma realidade onde a mulher se desfaz...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 30/09/2015
Código do texto: T5399791
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