Quando o amor se desfaz
Uma masmorra e um labirinto separam-me do real,
Qual armadilha, dia após dia, bebo do cálice,
Mas, se algum dia descesse uma borboleta contra o meu mal,
Eu voaria com as fadas encantadas sem que me tocasse...
Numa caverna, guardada por monstros fico a esperar
Uma donzela, guerreira tão bela, a surgir
Para o meu peito, que já magoado, livrar
Dessa solidão, prisão de um vida, da qual hei de fugir...
Oh miséria de uma vida sem a amante real,
Mas riqueza de outra com amores imemoriais,
Quero derramar meu pranto de amor ideal...
Pois o amor eterno vira amores imortais
Por uma metáfora, mil virginais é menos mal
Que uma realidade onde a mulher se desfaz...