Só soneto
Quanto de você te cabe,
A medida que se perde.
Na ignorância que sabe
De tudo e nada entende.
Quanto de mim se esvai,
Em cada vão momento.
Perdido ao sol que se cai,
Escondido sem alento.
Quanto de tudo sabemos,
Quando dizemos saber.
Sabemos que nada temos,
Tudo se vai sem se deter.
Vivemos sem muito pensar,
Engenheiros d'um só amar.