A LIBERTAÇÃO DA ALMA
Numa noite em que o céu de lua cheia
Estava, ouvi cantar um belo galo,
Na luz que já teimava em encantá-lo
Assim tão de repente. Eu só olhei-a
De canto, e logo despertou-me a veia
Poética, em forma de um violento estalo,
Do qual tentei apenas acabá-lo,
E assim a alma em poesia, libertei-a!
Pois de ideias na mente me empanturro,
Como se eu fosse então um sábio velho,
Que um dia, enfim, largou de ser um burro...
Já que vejo o meu rosto num espelho
Onde o tempo revela a tal fraqueza
De ser um homem de esperança acesa.
Ângelo Augusto.