PRESSENTIMENTO
Este soneto escrevi para a
minha filha, Micheli, que foi morar
em Córdoba (Argentina) e deixou
por aqui esse PRESSENTIMENTO
de que vai voltar a qualquer
momento...
Na rua, da janela do terraço,
Vejo as folhas que dormem ao relento
E, na sombra da noite, ouço um passo,
Se aproximando ao sabor do vento...
Meus olhos, já tão ébrios de cansaço,
Ensaiam um breve contentamento...
E chego a imaginar aquele abraço,
Mas foi apenas um pressentimento...
A rua continua ainda deserta,
Mas minha sorte, agora, tão incerta,
Me obriga a esperar nessa janela.
Talvez, um vulto dobre aquela esquina,
E alguém possa surgir entre a neblina
E eu grite de emoção: AGORA É ELA!!!