SONHOS INCONFESSOS

Moldura, o manto anil reverencia

as curvas gráceis cheias de pecado:

a sedutora pele, o bronzeado

me deixam em total paralisia...

Meus olhos brilham, sobra sintonia

entre uma musa linda e um deslumbrado

pelo esplendor na areia, debruçado

nas cores que o deleite propicia.

Tua expressão me aquece o devaneio,

dissipa-me os pudores e incendeio

dentro de mim, das feras, os rugidos.

Perante a perfeição de uma escultura,

nos lábios animais o ardor se apura

E sonhos inconfessos são despidos.