Viagem

Nesta clausura à aberta madrugada,

onde o meu corpo aguarda o sol nascer,

elevo a mente para além do ser,

numa viagem bela e alucinada.

A substância básica no Nada,

a vida assimilada no entender,

o tempo-espaço livre a percorrer:

o pensamento errante e sem estrada.

Esbandalha o ar, navega os bravos mares,

ascende ao sol, à lua, ao céu de Antares.

E então sucumbe, ameno como um rio.

Vem caminhando pela rua morta,

percebo-o entrando, exausto, sob a porta

e em mim se aninha como um cão vadio.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 26/09/2015
Código do texto: T5395142
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