Sumo da dor
Sumo da dor
A tez do dia clareando branco, leve, tênue e lento,
Como se fora flores, desabrochando na Primavera,
E subindo pelos muros, verdes entrelaçadas heras,
E as palavras,que sempre são sugadas pelo vento.
Sumo da dor, se arrastando, pelos vales-sombrios,
Como se fora fogo, transformado em eterna brasa,
Pequenino passarinho que perdera o ninho e asas,
E o mar, fosse eterna sombra, à margem dos rios.
E no fogão à lenha, a panela, como sempre, vazia,
A barriga não g'uenta e a Lua chora quando sorria,
Tudo é triste e ronca, e esperneia, e berra, e grita.
Tem sempre alguém enterrado sobre a dor maldita.
E assim vou carregando minha cruz, e minha sorte,
Porque viver, pode ser muito pior, do que a morte.
Tony Bahi@.