CONCÚBITO DOS DEUSES
Mesmo de longe te sinto com ternura;
Pressinto-te delicado, picante no desejo!
Ora um menino ingênuo, coberto de lisura;
Outrora, audacioso, o amante que ensejo!
Vejo, em teu olhar, inocência, sonhos de menino...
Abusando-me, macho obsceno, teso em blandícia;
Desperta-me fêmea, tua safada, o amor libertino;
Voraz felina, com gosto de pitanga, farta de malícia!
Dentro de mim, perde-se louco, impõe descompostura;
Arranha, geme, morde minha boca, mela, nos mistura...
Falo em riste, roça minha pele; meu todo-poderoso!...
Dane-se! Os bons modos, o recato e o pudor.
Celebramos juntos, o pecado original, luxúria dualista...
... O zênite-cabalístico; amantes evocando o Deus-Gozo!!
(Edna Frigato)