CONCÚBITO DOS DEUSES

Mesmo de longe te sinto com ternura;

Pressinto-te delicado, picante no desejo!

Ora um menino ingênuo, coberto de lisura;

Outrora, audacioso, o amante que ensejo!

Vejo, em teu olhar, inocência, sonhos de menino...

Abusando-me, macho obsceno, teso em blandícia;

Desperta-me fêmea, tua safada, o amor libertino;

Voraz felina, com gosto de pitanga, farta de malícia!

Dentro de mim, perde-se louco, impõe descompostura;

Arranha, geme, morde minha boca, mela, nos mistura...

Falo em riste, roça minha pele; meu todo-poderoso!...

Dane-se! Os bons modos, o recato e o pudor.

Celebramos juntos, o pecado original, luxúria dualista...

... O zênite-cabalístico; amantes evocando o Deus-Gozo!!

(Edna Frigato)

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 25/09/2015
Reeditado em 26/09/2015
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