Na cadência.

Eis o verso a querer-me na cadência

Com tenencia ajustada a seu gosto

Mesmo exposto, esquecido da aparência;

Paciência! Eu preciso estar disposto.

Quero o rosto do que rimo, sem dormência.

Continência? Já pensei deixar o posto.

Não aposto no verso sem sequência

Quero urgência para ver chegar agosto.

Meu desgosto é perder vontade à rima.

Desanima a poesia que não expele,

Não aquarele o que vem à flor da pele

Não revele o que só se vê de cima.

Que a prima volte com graça e sonho

Pois me oponho se o clima é enfadonho.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 23/09/2015
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