SONETO DESILUDIDO
Voraz sociedade que fode a derrota
Não cabe respeito ao que ajeita-se fraco
Mostrar mansidão é cravar-se idiota
Só vale o dourado, banido é o opaco
Pressão de vitória constante sufoca
Na instável verdade, há barganha, é barato
Domínio chacal e coelhinhos à toca
Desfile em salões de cabeças no prato
Arauto da paz, que ao pavor se dedica
Machão comedor, mas na sauna quer pica
Pensante do contra é o mais pútrido fruto
Oclusa moral se arreganha em secreto
Macia ilusão se endurece ao concreto
Que horrível viver infinito de luto