Um coral fortuito
Um menino cantava em linhas líricas,
odes, em melodias arrancadas de liras
em graça, brotavam ora satíricas,
ora ternuras vagueavam sem mira
Um menino se juntou a ele, que cantava
Solfejos, versos e estrofes espalhavam,
A poluição sonora do mundo respeitava
Crentes, clérigos e até ateus louvavam
Coral, somado de pássaros, como atavio
Um bando, não orquestrado, em conluio
Mil vozes, mescladas com mil assovios
Não era Natal, Páscoa, nem era festa pagã
Coincidente doce encontro de vozes fortuitas
Para sãos, lúcidos e até insanos no divã