Um coral fortuito

Um menino cantava em linhas líricas,

odes, em melodias arrancadas de liras

em graça, brotavam ora satíricas,

ora ternuras vagueavam sem mira

Um menino se juntou a ele, que cantava

Solfejos, versos e estrofes espalhavam,

A poluição sonora do mundo respeitava

Crentes, clérigos e até ateus louvavam

Coral, somado de pássaros, como atavio

Um bando, não orquestrado, em conluio

Mil vozes, mescladas com mil assovios

Não era Natal, Páscoa, nem era festa pagã

Coincidente doce encontro de vozes fortuitas

Para sãos, lúcidos e até insanos no divã

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 21/09/2015
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