RELÓGIO DE SOL
Se pelo tempo que passado tresloucado
Pudesse a paz só repousar por um segundo
A aconchegar em braço aberto o seu cansaço...
Talvez valesse a ilusão de ter vivido
Por entre campos, no horizonte, mesmo ofuscado
por sóis poentes , que pelo tempo tão corrido
Foram adiante procurar pelo compasso
que rege as horas dos ponteiros sem sentido.
Que rebrotassem as flores mortas pela seca
Dos rios que correm assoriados aos tristes mares
E a esperança a navegar sem correnteza
Nos velejasse a respirar só puros ares!
Pudesse o amor só transceder as incertezas
Repaginar um novo sol, novos pomares...