DESVARIO
DESVARIO
Beija-me! Até que canse de teus beijos...
Por horas e horas sê apenas minha,
Tal como uma tragédia se adivinha
Àquele que ousa ter esses desejos.
Toca-me... Faz vibrar-me feito arpejos
D’uma viola que suave se acarinha.
Mais agradar um ao outro nos convinha,
Pois entregues já sem medos ou pejos.
Cheira a saliva, sangue, suor e gala
A pele nua em pelo enfim liberta
Das roupas espalhadas pela sala.
E, embora a imensa urgência que desperta,
Saboreio ‘inda o olor que o corpo exala,
Feliz recebedor de linda oferta.
Betim - 17 09 2015