ÀS VIDAS FURTADAS

Ainda que tais lábios fossem os de Iracema

Virgens de intenção de proferir notas dum fel

Amargo de absinto do tudo que pressinto

Talvez meu coração ainda batesse bem ao léu...

Por tantos descaminhos de norte sem sentido

Das vidas já explícitas furtadas em mutirão!

Mãos da insanidade que nos roubam os desígnios

Do natural direito de existir sem obstrução.

Crianças sem destino nos ventres abandonados

Já ouvem um universo, anteverso da ilusão

Dos púlpitos de luxo só destinos malogrados!

São vozes que dissipam um caminho em perdição.

Ainda que eu ouvisse versos nunca improvisados

Decerto hoje meu peito entraria em convulsão.