QUINTESSÊNCIA
QUINTESSÊNCIA
Os olhos, duas amêndoas, paro olhando...
Eu te vejo através, tão transparente,
Que de toda a memória se ressente
Quem traz em seu olhar um ardor brando.
Embora eu me exaspere vez em quando
Por quanto a realidade nos desmente,
Tudo o que ideei de ti é tão-somente
Verdade para mim porque te amando.
Tal-e-qual da matéria diluída,
Destilo a vaporosa essência tua
E após a sinto densa em minha vida.
Mas te tocarei a alma quando, nua,
Me esperares a alguma hora insabida
N'uma alcova banhada d'alva lua.
Betim - 16 09 2015