ALMA INDIGENTE

Onde estará minha alma de inocente candura

Vagueando pura como a brancura da neve

Ela deixa pegadas que o tempo escreve

No recôndito das minhas linhas escuras

Se move como o perfume das flores da vida

Se descolore, murcha... mas não morre infeliz

Pois que ainda vive mesmo que adormecida

Guardando na raiz o sumo sulcado da cicatriz

Alma viandeira que tanto me livra dos negrumes da selva

De onde vens que ocupa este infausto corpo débil

Como podes dançar impávida como as flores na relva

Nesta execrável carcaça que rasteja como uma serpente

Que vagueia noctambulo na areia sem rumo como um réptil

E tu minha sublime alma residente ainda me chama de gente.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 15/09/2015
Código do texto: T5382449
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