Soneto nº 21 - A Inveja
Dentre os pecados capitais que nos rodeiam,
Sempre inveja e o egoísmo sobressaem.
E sem motivos as pessoas nos odeiam,
Fazem coisas que machucam e nos traem.
Tais sentimentos são tal qual ervas daninhas,
E logo tomam todo espaço que há no peito,
Vão liberando atitudes tão mesquinhas,
Que abafar ou dominar já não tem jeito.
Cai em desgraça quem assim enfeitiçado
Esquece os dons que pela vida recebeu
Desperdiçando em vão o dote a si legado.
Não se convence de que sempre agiu errado,
Nem se arrepende de a vida ter passado
Só desejando aquilo que não era seu.
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"Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte."
Mário de Andrade