Não é Vodu



Certa vez, ao ver um amor terminado, expus em verso,
Toda a dor que me afligia e, por mais genuína vingança,
Titulei-o como “Vodu”, procurando mostrar ao universo
A mesclagem de amor e ódio que sentia, como criança.

Fugi da placidez que sempre fui, vulcão adormecido,
Vomitei as lavas ardentes de minha decepção ao mundo,
Bradei, por, de forma tão infame, ter sido vilmente traído
Por quem jurava me amar, em golpe pérfido e imundo.

E você me acolheu no colo, cobriu-me de tantos beijos,
Chamou-me de “teu bruxinho”, cercou-me de carinhos,
Conduziu-me para dentro de si, saciando nossos desejos...

Por sua covardia, hoje, traído pelos planos destroçados,
Não lhe rogo um “vodu”, no aguardo que volte ao ninho,
Para desfrutar deste amor, por todo sempre perpetuado...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 14/09/2015
Reeditado em 15/09/2015
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