Terra molhada

Quando a chuva se esparrama pelo chão,

Rompendo grotas e rasgando a velha estrada,

Lançando ao ar o cheiro de terra molhada,

Vai colorindo todo de verde o sertão.

O sertanejo livra-se da aflição,

Que no peito ‘inda há pouco era grudada;

E lança mão de sua velha amiga enxada,

Vai abrindo covas e plantando a salvação.

E diz: “Ó Deus, que natureza perfeita!”

E pouco a pouco, se prepara pra colheita,

Apesar da jornada intensa, dura.

Ele sorri, e de orgulho enche seu peito,

Pois sabe ele que a lida é o único jeito

De abarrotar a humilde casa de fartura.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 14/09/2015
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