Lágrima oculta

Ela também chora; ninguém é cem por cento, forte.

Ela é como todo mundo, mesmo que não aparente,

O probabilismo é todo de também perder seu norte,

Só ela sabe o que se passa e o que o seu cerne sente.

Tem sorriso largo, inda que a tristeza tente a ruptura,

E tão intrusa vai se achegando, se deixar ela empossa,

Ela é má, feito um cupim vai roendo toda a estrutura,

Tal qual uma bruxa que porta dor, feias rugas e bossa.

Ela chora em suas noites e somente a fronha a consola,

Seca-lhe as lágrimas, ajuda-a a escondê-las do mundo,

Instantes tão íntimos irrompidos do seu mais profundo.

E se suas lágrimas ocultas fazem menção de vir, se isola,

Deita em seu silêncio, tranca a sua porta e a luz desliga,

E no abraço do lençol, recolhe-se; no travesseiro abriga.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 12/09/2015
Código do texto: T5380113
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