PROCURA-SE

Não busco o fogo da paixão insana´
Pois, que devora a palha da loucura
De relação instável e insegura,
Com que o meu tolo coração se engana.

Não busco na beleza da figura
De um corpo escultural, (deusa troiana);
Nem na pudica dama puritana
Que vive casta, quase que em clausura.

Eu busco alguém, que cheia de ternura,
Afaste do meu peito essa amargura
Da solidão, cruel e desumana.

Alguém alegre e meiga, enfim: Madura
E que não seja simples aventura,
Para que a nossa estrada seja plana.

H. Siqueira.