UM VERSO DE HUMILDADE 

Pelas recônditas ruas do meu pensamento
Fico a namorar estrelas ou a procurar abrigo
Mas todas às vezes eu encontro meu amigo   
Ele tem a idade do tempo e pode ler o vento

A alma é magnânima e a poesia é seu alimento  
Pela pequena viela eu todo empolcado o sigo
Seus passos recebem ajuda de um cajado antigo
E num vetusto chalé ele me oferece um assento  

Ascende o lampião e molha a pena num tinteiro
Num papel encardido ele escreve um verso 
É como se a flecha conhecesse o seu arqueiro 

Filho, não esqueça essa letra é tudo o que peço  
Na poesia tu não és o único e nem o derradeiro
O jorrar d'alma vale mais que fama e sucesso!