Não sou nada.

Creio, é certo, que eu não sou nada

pois nem mesmo o meu peso eu valho

viver tem sido para mim um atalho

com essa minha mente desparafusada.

Gasto meu tempo sempre a dar mancada

minha chuva nunca passou de orvalho

minha sorte perdeu-se no baralho

eu sou célula humana mau podada.

Me restam os versos que aceitam tudo

são minha voz, mesmo quando estou mudo

evitando-me um mundo tão pequeno.

E vou me valendo da poesia

teimando em usá-la como alquimia

pra manter vivo este fraco ser terreno.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 08/09/2015
Reeditado em 06/10/2015
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