GALANTEIO
GALANTEIO
Quisera-te capaz de amar o belo,
Co’o mesmo encantamento que ora tenho,
Ao prazer prometido e mesmo o empenho
Em me atrair um olhar, quebrar o gelo.
Se caio por teu sorriso, olhos, cabelo...
É porque tens sabido, com arte e engenho,
Como me desfranzir de todo o cenho
E iluminá-lo de outro só desvelo.
Perdendo nos envides d’esse jogo,
Eu me deixo, embora arda, ao seu perigo
Certo de se brincar sim, mas com fogo:
--”Sinto, mas tarda!... Meu caminho sigo.
Só espero que a noite venha logo
Para ao menos sonhar que estou contigo”.
Betim - 03 04 1994