Soneto do primeiro amor

Meu primeiro amor, tais palavras emergem só agora.

Eram tempos de bandeiras, junhos de fogo e cor.

De um incontrolável vermelho rubor.

Portanto impossíveis de ser ditas outrora.

Nada  era temerário, havia um itinerário em teu olhar de flor.

Tudo em você era afável, supor.

Ao mesmo tempo indecifrável.

Minha dádiva em anexo que só hoje verdadeiramente expresso.

Sem dúvida eras tu o meu céu mais agradável.

Em meio ao amarelo vivo e cintura marrom.

Diante de teus olhos sérios e puxados, tudo era bom.

Porque sabia, da sintonia, na mesma tecla, no mesmo tom.

Em meios a lembrança, infância, brinquedo e desfecho.

Dentro de minha página, lisonjeada e aventurada.

Foste com certeza minha amada o mais fértil trecho.